Não vamos calar frente as injustiças e lutaremos até que tenhamos JUSTIÇA NESTA TERRA. A união e participação de todos é vital nesta luta.

domingo, novembro 28, 2010

Teste errado na rede pública faz grávida viver o drama da Aids

16/03/2009
A Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto pode abrir uma sindicância para apurar se o médico que atendeu a gestante errou
Uma dona-de-casa do bairro Monte Alegre, de 26 anos, ficou 45 dias acreditando que era portadora do vírus HIV. Em janeiro do ano passado, Dulce (nome fictício) coletou sangue para fazer exames de acompanhamento de gravidez no Núcleo da Saúde e Família, no Sumarezinho, e, foi surpreendida com a notícia.
“Fiquei desesperada e entrei em pânico. Foram dias de terror. O médico disse para não me preocupar porque era só tomar o coquetel e que a doença não matava.”
Ao chegar em casa, a primeira reação que teve foi colocar o marido contra a parede. “Eu estou casada há 10 anos e perguntei com quem ele havia saído. Ele negou e eu disse que o meu exame deu Aids e que se alguém tinha feito algo de errado era ele. Fiquei dias chorando e com medo do meu bebê nascer com a doença.”
Em casa, o marido também sofria com a reação da esposa. Ela ficava o dia todo deitada, não comia e apenas chorava.
“Eu ia trabalhar empurrado porque só via minha mulher chorando e deitada na cama. Olhava para uma das minhas filhas que é magrinha e achava que ela também tinha a doença”, afirmou.
O médico do Núcleo de Saúde IV do Sumarezinho encaminhou a paciente para o Hospital das Clínicas campus, o único que tem condições de dar atendimento às grávidas soropositivas.
“No hospital fui colocada no grupo de apoio as pacientes e ao realizar os exames uma das moças que me atendeu teve contato com o meu sangue. Ai, fizeram novos exames e então descobriram que eu não tinha a doença.”
Mas o drama de Dulce não terminou com a boa notícia. A tensão provocou nela diabetes gestacional e ela continuou recebendo tratamento no campus da USP.
Dulce acredita que poderia ter superado o problema com mais rapidez se tivesse recebido orientação psicológica. Depois do nascimento do bebê, ela fez e pagou, com dificuldades, oito sessões de uma psicóloga. “Frequentar a psicóloga tem me ajudado muito, mas não tenho dinheiro para fazer o tratamento corretamente”, disse.Ela pretende processar a prefeitura por dano moral. “Ela teve prejuízos emocionais e a vida dela se transformou em um verdadeiro inferno”, afirmou o advogado Alexandre Durante.