Não vamos calar frente as injustiças e lutaremos até que tenhamos JUSTIÇA NESTA TERRA. A união e participação de todos é vital nesta luta.

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Polícia prende médico e pacientes em clínica de aborto na Gamboa

Nove pessoas foram presas na noite desta terça-feira, entre elas quatro pacientes, quando policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) estouraram uma clínica de aborto na Rua do Livramento, na Gamboa, Zona Portuária do Rio. O médico que fazia os procedimentos e o proprietário da clínica também foram autuados.

Investigada a partir de uma denúncia, a clínica vinha sendo monitorada pela polícia que constatou que ali eram feitos de 15 a 20 abortos por dia. A ação teve início com quatro policiais civis, dois homens e duas mulheres, que entraram na clínica passando-se por clientes. Configurado o crime, os policiais deram o sinal para o delegado, que invadiu o local com outra equipe.



Entre os presos estão o médico Carlos Eduardo de Souza Pinto, 39 anos, e quatro assistentes. De acordo com o delegado, quatro mulheres que haviam feito aborto também foram presas. Segundo a polícia, o médico e as assistentes serão autuados por crime de aborto praticado em terceiro - cuja pena é de um a quatro anos - e formação de quadrilha. As quatro pacientes foram encaminhadas para a Maternidade da Praça XV e irão responder por consentimento ao aborto.


Fonte:http://extra.globo.com/casos-de-policia/policia-prende-medico-pacientes-em-clinica-de-aborto-na-gamboa-377075.html Data:17/03/2010

domingo, janeiro 30, 2011

Presos dentista, mãe, sogra e assistente suspeitos de pedofilia

Eles foram detidos no Ceará, após denúncias de vítimas. Imagens eram produzidas em falsa agência e publicadas na internet.


A polícia do Ceará prendeu cinco pessoas suspeitas de produzir e publicar fotos pornográficas de crianças e adolescentes. As imagens eram comercializadas na rede mundial de computadores. Entre os presos estão um dentista, a mãe, a sogra e a assistente dele.
Até agora, 25 vítimas denunciaram o dentista à polícia. Na casa dele, a polícia encontrou material pornográfico que era usado durante as fotos. "Perguntaram se a gente queria fazer fotos de biquíni. Ele queria que a gente abrisse a blusa, ficasse de costas, abaixasse o short ", diz uma menina de 10 anos.
Em depoimento, as meninas contaram que eram abordadas em uma lanchonete. "A gente estava indo comprar sanduíche e a assistente do dentista perguntou se a gente não queria tirar umas fotos", afirma uma garota.
Uma mulher levou a filha de 10 anos para a falsa agência, mas não acompanhou todas as sessões de fotos. "Eles chegavam e diziam que eram fotos normais, que eles estavam montando uma agência para comerciais", lembra. A delegada Ivana Timbó diz que a mãe deve ficar atenta se a agência não deixá-la acompanhar o trabalho.
Pedofilia na rede
Em Fortaleza, o caso começou a ser investigado depois das vítimas terem denunciado o dentista. Mas também é possível rastrear a origem de fotos e vídeos inclusive em páginas de relacionamento da internet que têm sido usadas para divulgação de pedofilia.
A Polícia Federal tem equipes especializadas nesse tipo de busca. No Brasil, 162 casos de pedofilia pela internet foram denunciados nos últimos quatro anos ao Disque-denúncia do Governo federal. Só neste ano, foram 50.
"Já temos condenações por conta da divulgação de material pedófilo pela rede. Um cidadão foi condenado recentemente a 61 anos de reclusão por conta de veiculação desse material", diz o perito criminal da PF Vinícius Garcia.
O advogado dos acusados diz que não pode adiantar nada sobre a defesa porque o processo corre em segredo de Justiça.
Fonte: G1 &

sábado, janeiro 29, 2011

Dentista é preso por pedofilia na zona oeste

Daniela do Canto,
da Central de Notícias
Ele foi surpreendido por policiais dentro de veículo com uma adolescente de 13 anos
09 de fevereiro de 2010

Um dentista de 38 anos foi preso ao ser flagrado com uma adolescente de 13 dentro de um veículo no Parque Raposo Tavares, zona oeste de São Paulo, no final da noite desta segunda-feira, 8. Segundo policiais militares, a menor praticava sexo oral no dentista no momento em que os dois foram encontrados.
Os policiais desconfiaram do veículo, uma caminhonete Frontier, parado na Avenida Engenheiro Heitor Antônio Eiras Garcia e resolveram fazer uma abordagem, por volta das 23h30. Edinei Eiji Oshima foi levado ao plantão policial do 51º Distrito Policial (Rio Pequeno/Butantã). Segundo funcionários do local, ele foi preso pelo crime de pedofilia.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Das 12 crianças abusadas sexualmente pelo Enfermeiro Chefe do PSF, 7 farão exames de corpo de delito

O Enfermeiro Chefe do PSF de Redenção do Gurguéia Sr. Asteclides Borges Guimarães, 56 anos acusado de abusar sexualmente de 12 crianças continua preso em Bom Jesus. Sua prisão temporária foi prorrogada a pedido do Ministério Público e Conselho Tutelar. O Delegado responsável pelo inquérito, Sargento Silvestre Ferreira pediu mais 10 dias para conclusão do mesmo, uma vez que há necessidade de exames de corpo de delito das vítimas. Nesta semana 7 serão submetidas a estes exames em Bom Jesus pelo Médico legista credenciado Dr. Gladstone Dantas da Fonseca.
A situação do Enfermeiro a cada dia se complica, em depoimento ao Delegado Silvestre, uma nova vítima (além das investigadas pelo Conselho) contou que foi amarrado e amordaçado pelo enfermeiro e abusado sexualmente. Segundo o depoente, ele foi convidado a capinar um quintal, lhe foi oferecido um copo de suco com gosto estranho, em seguida foi amordaçado e abusado em um sofá.
O Enfermeiro nega todas as acusações.
Data:27-04-2010

quinta-feira, janeiro 27, 2011

PM prende enfermeiro pedófilo que assediava meninas em frente a colégio

Redação
24 Horas News

Um homem de 54 anos foi preso no final da tarde desta segunda-feira (29) em crime de pedofilia. O acusado, segundo a Polícia, ficava em frente a uma escola, mexendo e tentando aliciar alunas com idades entre 10 e 12 anos. O “tarado”, segundo ainda a Polícia, chegou a falar para uma das vítimas: “Eu ainda vou te pegar.

O técnico em enfermagem, Guilherme Pedraza Roman, de 54 anos, foi preso pela Polícia Militar na frente da Escola Dunga Rodrigues, localizada na Avenida Julião de Brito, no bairro Parque do Lago, em Várzea Grande (Grande Cuiabá).

Para a prisão de Guilhereme, a Polícia Militar contou com a ajuda da mãe de uma menina de 11 anos que vinha sendo assediada pelo “tarado” h´pa mais de 15 dias.Foi para essa menina, segundo a Polícia, que Guilherme chegou a falar: Eu ainda vou te pegar, sem contar que ele já havia passado as mãos nos cabelos da estudante que contou tudo à mão dela.

Assustada com a violência contra a filha e a outras alunas, a mãe da garota - nome mantido em sigilo por motivo de segurança -, foi para frente do Colégio Dunga Rodrigues na tarde desta segunda-feira para ver de perto o que estava acontecendo.

Ao confirmar a presença do acusado local, a mãe também confirmou que ele agiu sempre do mesmo jeito com as outras garotas que também eram assediadas. A mãe acionou a Polícia Militar,. Que também já estava fazendo levantamentos, e Guiulherme acabou sendo preso.

O enfermeiro foi autuado em flagrante em, crime de pedofilia pelo delegado Aydes de Carvalho, de plantão no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc-Leste) do Parque do Lago. Guilherme negou todas as denúncias.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

TJ-SP dá liberdade a médico acusado de pedofilia

Por Lilian Matsuura

O médico Wagner Rodrigo Brida Gonçalves, acusado de abusar sexualmente de crianças em Catanduva (SP), vai recuperar a liberdade. O desembargador Antonio Luiz Pires Neto, da 2ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, aceitou pedido de Habeas Corpus apresentado pela defesa.
O médico foi denunciado de participar de uma rede de pedofilia que teria vitimado pelo menos 40 crianças e adolescentes na cidade. A polícia passou a investigar a suspeita desde o ano passado. CPI da Pedofilia também está acompanhando o caso.
Na decisão, que vale até o julgamento do mérito do HC, o desembargador observou que só cabe prisão temporária quando for imprescindível. No caso, constatou que o acusado não dificultou o trabalho de investigação da polícia.
A liminar suspende decreto de prisão da 2ª Vara Criminal de Catanduva. A juíza Sueli Juarez Alonso expediu 21 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária. O cumprimento das determinações mobilizou seis grupos de promotores do Ministério Público.
Consta nos autos, que o médico, representado pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, compareceu para ser ouvido no curso do inquérito e se colocou à disposição para outras diligências. Segundo o desembargador, também não há notícias de que o réu tenha atrapalhado as investigações reabertas no âmbito do Ministério Público.
“Nota-se, inclusive, que mandados de busca e apreensão já foram devidamente cumpridos, inclusive, na residência do paciente, vistoriada em presença de representante do Ministério Público e onde houve apreensão de vários objetos para futura produção de perícia. Quebra do sigilo telefônico e de comunicações via internet também já foi decretada”, escreveu.
Antonio Luiz Pires Neto ressaltou que a investigação ainda deve ser aprofundada para apuração dos fatos e, desde que haja prova “segura e convincente”, os possíveis autores sejam condenados.

terça-feira, janeiro 25, 2011

COREN-PE DENUNCIA ATUAÇÃO DE ENFERMEIRO FALSO

A equipe de fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem de pernambuco flagrou, no último dia 28 de maio, exercendo ilegalmente a profissão de enfermeiro, o estudante João Paulo da Silva Gomes no Hospital Nossa Senhora do Ó, em Paulista.

Durante o ato fiscalizatório, o estudante se identificou como enfermeiro responsável pela UTI 3 aos fiscais Givanildo Candido, Cristiane Cavalcanti e Agely Pereira.

Diante da irregularidade, os fiscais do Conselho, orientados pela Procuradoria Jurídica do COREN-PE, registraram boletim de ocorrência na Delegacia do engenho Maranguape.

Quando procurado por policiais civis, João Paulo da Silva, já não se encontrava no local.

O Conselho Regional de Enfermagem, através da sua Presidente, Dra Celia Arribas, determinou instauração de processo ético através da Comissão de Ética do Conselho, assim como determinou ao Procurador Geral da Autarquia, o Dr. Paulo Azevedo, que medidas de natureza jurídica e penal fossem adotadas.

Dr. Paulo Azevedo, encaminhou documentação ao Procurador Geral do Ministério Público do Estado de Pernambuco, Dr. Paulo Bartolomeu Varejão no sentido de promover o encaminhamento da denúncia crime contra o estudante. Foi dada ainda ciência do caso a Faculdade onde João Paulo da Silva Gomes é estudante.

A Procuradoria Geral do COREN-PE estuda ainda medidas a serem adotadas contra os gestores e responsável técnico do Hospital Nossa Senhora do Ó.

Segundo Dr. Paulo Azevedo, “a irregularidade não só expõe dezenas de pacientes graves da UTI ao risco iminente de morte, pela falta de formação acadêmica em nível adequado para o tratamento de pacientes graves, como também evidencia a tomada de um espaço que deveria está sendo ocupado por um profissional formado e habilitado para esta função”, finalizou.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Falso enfermeiro é preso em hospital estadual na Zona Oeste

Suspeito trabalhava há quase quatro meses no Hospital Pedro II.Polícia vai investigar em quais unidades ele agiu ilegalmente.
Do G1, no Rio, com informações do Bom Dia Rio

Um falso enfermeiro foi preso na madrugada desta quarta-feira (24), no Hospital estadual Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia, ele contou que trabalhava há quase quatro meses na unidade.

O suspeito vestia jalecos personalizados, com nome verdadeiro, mas cargo falso. Os uniformes eram usados para entrar no hospital, onde o rapaz de 21 anos se passava por enfermeiro. Ele era uma espécie de folguista. Quando os titulares não podiam trabalhar, ele se oferecia para ficar no lugar.


Ele contou que em algumas semanas chegou a entrar na unidade de saúde para trabalhar quatro vezes, e cobrava R$ 260 por cada plantão.

O suspeito disse à polícia que é técnico em enfermagem, formado há 5 anos, mas também não apresentou nenhum documento que comprovasse isso.

De tanto ser visto pelos corredores, segundo o rapaz, o coordenador de enfermagem do hospital incluiu o nome do suposto funcionário na escala fixa de trabalho.

Desde sexta-feira (19), policiais aguardavam que ele chegasse para mais um plantão para prendê-lo. As investigações começaram depois de uma denúncia anônima.
Mas para o delegado José de Moraes, responsável pelo caso, há muitas perguntas ainda que precisam de respostas.

“Se ele fez isso em outros lugares? Nós vamos levantar o quanto tempo realmente ele está fazendo esta cobertura de plantões. E até aonde realmente ele é técnico de enfermagem”, disse o delegado.

Em pouco menos de um mês, este foi o segundo caso de prisão de alguém que se passava por um profissional credenciado, dentro de um hospital público do Rio. No fim de janeiro, uma venezuelana foi parar na delegacia acusada de estar usando um registro de médica que não era dela. Embora formada, ela não tinha autorização para exercer a medicina no Brasil.
Ela foi descoberta por funcionários do Hospital do Andaraí, na Zona Norte, e presa por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica.
Data:24/02/10

domingo, janeiro 23, 2011

Polícia prende falso médico em Santa Fé do Sul

Da Redação
A Policial Civil de Santa Fé do Sul prendeu na manha desta sexta-feira, Israel Souza de Menezes, de 35 anos atuava como médico clínico geral no Pronto Socorro da Santa Casa da cidade.
Ele chegou à cidade em outubro deste ano e somente foi descoberto devido a demora na entrega da documentação a direção do hospital. Ele usava documentos de outro médico que atua na capital paulista.

Israel já tem passagem pela polícia acusado de estelionato ao atuar em outras cidades, como Itatiba, em 2009 e Campo Limpo Paulista, no primeiro semestre de 2010.

A Polícia informou que ele nunca cursou medicina e havia trabalhado como instrumentador cirúrgico.

Até agora não existem registro se pessoas atendidas pelo falso médico passaram mal.
Foto:Falso médico atuava em Santa Fé do Sul
Data:10/12/2010

sábado, janeiro 22, 2011

Absolvido médico que tratou de traficante

Por
Fernando Porfírio

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, nesta terça-feira (23/11), trancar a Ação Penal contra um médico acusado de tráfico ilícito de entorpecente. A decisão é da 16ª Câmara Criminal. A turma julgadora, por maioria de votos, aderiu à tese de que o médico que retira a droga do corpo de uma paciente, mesmo que sua conduta seja questionável do ponto de vista ético, jamais pode ser acusado de adesão à traficância.
Para o desembargador Almeida Toledo, que conduziu a divergência, o acusado agiu sob o amparo das normas que garantem o sigilo profissional. Segundo o raciocínio do julgador, enquanto médico, era dever do acusado socorrer a mulher e remover o entorpecente. “Conduta diversa poderia, inclusive, configurar omissão de socorro”, disse, discordando da tese apresentada pelo seu colega, Newton de Oliveira, relator do pedido de Habeas Corpus.
No entendimento de Almeida Toledo, a conduta do médico estava de acordos com as regras de sua profissão, que determinam que é vedado revelar segredo ou intimidade de quem se entregou aos seus cuidados. Ou seja, de acordo com o pensamento do revisor, a lei não permite que seja atribuída ao médico a adesão da mesma prática ilícita apontada contra a mulher e seus comparsas. “Agiu de acordo com o ordenamento jurídico vigente, com fim determinado, diverso da traficância”, resumiu o revisor Almeida de Toledo.
A defesa do médico sustentou o trancamento da Ação Penal. A tese manejada foi a da ausência de justa causa porque, de acordo com o advogado Alberto Zacharias Toron e Renato Marque Martins, o acusado agiu sob a excludente de antijuridicidade do estrito cumprimento do dever legal. Ainda de acordo com a defesa, não poderia ser outra a conduta do acusado, porque a ética médica exige dele o pronto atendimento e a ação de medidas que preservem a vida e a saúde dos pacientes.
O relator, desembargador Newton de Oliveira, votou contra o argumento da defesa. O raciocínio do relator era o de que a gravidade do caso reside no fato de que a conduta do médico se deu mediante prévio ajuste e conluio com os demais réus. Ou seja, o médico agiu mediante a promessa de pagamento financeiro, sozinho, desacompanhado de outros integrantes da equipe médica e do corpo hospitalar e, ainda, preservando a droga e entregando-a à mulher.
Por isso, no entendimento de Newton de Oliveira, houve indícios de autoria, prova da materialidade e presença aceitável de elemento subjetivo capaz de imputar a prática de tráfico de drogas, mediante coautoria ou participação. Por essa razão, o relator defendeu a continuidade da Ação Penal, negando seu trancamento.
A tese do relator segue o rumo de que o ato médico foi realizado mediante ajuste criminoso e sob a promessa de pagamento para a retirada da droga e fornecimento a terceiros. “Incabível o trancamento da ação Penal porque presente justa causa, ausente absoluta e flagrante prova da atipicidade ou da excludente de ilicitude ou de antijuricidade”, afirmou Newton de Oliveira.
Toledo contestou. “Proceder a retirada do entorpecente e devolvê-lo a quem trazia consigo, mantendo o sigilo constitui, fato que parece bastante distante ou diverso da traficância, pois agiu [o médico] não com o objetivo de viabilizar a posse e o comércio de entorpecente, mas com intuito diverso, qual seja, o de socorrer ou de obter lucro, cumulativo ou não”, disse.
Para o desembargador, nas condições em que se deu a conduta do médico, amparada na lei, o recebimento da denúncia contra ele configuraria coação ilegal, que iria se refletir na sua liberdade de locomoção. Os argumentos do revisor foram seguidos pelo terceiro juiz, desembargador Mariz de Oliveira.
Segundo Mariz de Oliveira, seria irreal a narrativa da denúncia de que o médico teria cobrado R$ 7,8 mil pela cirurgia. Isso porque a droga em poder da mulher não excedia as 140 gramas. Como ele explicou, a quantidade de maconha não chegaria a custar R$ 1 mil. Seguindo esse raciocínio, o desembargador declarou ser também irreal que alguém, integrante ou não da quadrilha, recebesse mais que o quádruplo do valor do entorpecente por um procedimento cirúrgico. Além do mais, caso tivesse cobrado uma quantia irrisória, o MP o acusaria de integrar a quadrilha.

O caso
O médico foi preso em flagrante e denunciado pelo Ministério Público por coautoria, ajuda ou participação no crime de tráfico de entorpecentes. Diz a acusação, que o médico A.G. cobrou R$ 7,8 mil para retirar 139,2 gramas de maconha da vagina de M.J.A. Usada como “mula” para o transporte da droga, a mulher iria receber R$ 250 para conduzir a maconha, dentro do corpo, de São Paulo até Assis. Grávida, ela fez a viagem de ônibus. Ao chegar à cidade, não conseguiu esvaziar o esconderijo.
Um dos comparsas entrou em contato com o médico para recuperar a droga. O médico, que trabalha como obstetra na Santa Casa da cidade, cobrou R$ 7,8 mil pelo procedimento cirúrgico. De acordo com a denúncia, o médico removeu o entorpecente, entregando a droga à mulher. A maconha teria sido embalada em papel e colocada em luvas cirúrgicas.
Quando saía do hospital, a mulher foi presa em flagrante por policiais, alertados por notícia anônima. Também foram presos dois de seus comparsas, que estavam na posse de R$ 7,8 mil. O médico foi preso em casa e, ao ser abordado pelos policiais, admitiu o contato com a mulher, mas negou a remoção da droga. Segundo sua versão, teria submetido M.J.A. a exames de rotina.
O médico foi solto em seguida por meio de Habeas Corpus concedido pelo ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça. O benefício foi estendido aos demais réus, que respondem ao processo em liberdade.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Acima de mim só o governador, diz médico embriagado

Escrito por Milton Barao

Um médico passava na madrugada na Avenida Luiz de Camões quando se deparou com um Chevete que tinha literalmente abraçado o poste de iluminação, no canteiro central da Avenida Luiz de Camões.

De cara cheia, queria fazer os procedimentos, quando chegou a PM e o ASU, que pediram para se afastar, tal seu estado etílico. Foi o que bastou para berrar que sabia o que estava fazendo e que era autoridade e que acima dele só o governador, pois o comando da PM não mandava nada.
Interessante é que foi liberado, mesmo estando dirigindo embriagado, pois os policiais informaram que era mais fácil liberar do que fazer os procedimentos como detenção do veículo etc e tals. Seguiu pela Av. Dom Pedro e foi para o Acesso Sul, pensando que a ZM ainda estava aberta…

Fonte:http://saojoaquimonline.com.br/miltonbarao/?p=9517

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Um guia para esconder o erro

Associação Médica do Rio Grande do Sul publicou um manual para orientar seus filiados sobre como se prevenir de processos por erro médico. Assinado pelo advogado Marco Antonio Bandeira e pelo médico e advogado Luiz Augusto Pereira, o guia deixa claro seu objetivo já na apresentação: "Neutralizar fatores externos agressivos e preconceituosos em relação a nossa atividade, como associações de vítimas de 'erro médico', autoridades oportunistas, imprensa sensacionalista". A pedido de VEJA, o professor de ética médica Marco Segre, da Universidade de São Paulo, e o advogado paulista José Rubem Macedo Soares leram o manual. "O texto instiga a sonegação fiscal, faz apologia do crime, incita a prática de supressão de documentos, aconselha fraude processual e fere o código de ética dos advogados", afirma Soares. "Do ponto de vista da ética médica, é uma aberração", resume Segre.


Confira alguns itens do manual:


* "Quando for decidido pelo médico que deve prestar depoimento perante a autoridade policial ou a promotoria, deve fazê-lo usando a linguagem mais técnica e hermética possível, recusando explicações em termos leigos ou coloquiais. Para dificultar a denúncia."


* "É princípio de boa cautela consultar um advogado para ser orientado sobre a forma legal de retirar o patrimônio de nome próprio, para evitar o risco de perdê-lo para o paciente demandante."


* "O médico faz hoje parte de uma classe desprotegida. Sem poder político nem união profissional, está acuado por pacientes gananciosos."


* "As precárias condições e a falta de equipamentos impõem ao médico decisões que a ele não cabe tomar. Tipo quem vai viver, quem vai morrer, na insuficiência do número necessário de respiradores artificiais. Nesses casos, deve ser observada a rigorosa ordem cronológica de chegada dos pacientes ao local do atendimento. Não importa quem tem maiores chances de sobreviver."


* "Evitar pacientes que recusam determinadas terapias por razões éticas ou religiosas."
"Evitar plantões de atendimento público."


* "O Conselho Federal de Medicina afirma que o prontuário médico pertence ao paciente. Está equivocado. O paciente tem direito a um relatório médico, elaborado a partir do prontuário."

Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Pinça na barriga

Em 1992, a aposentada carioca Isaíra Maria Gonçalves submeteu-se a uma operação para retirada de um tumor no útero. Na aparência, a cirurgia, realizada no Hospital Salgado Filho, da rede municipal, foi um sucesso. Isaíra teve alta no dia seguinte e passou a viver normalmente. Até que, no Natal de 1997, começou a sentir uma dor forte e persistente na barriga. A urina estava escura. "Achei que tivesse comido alguma coisa estragada", lembra. Com essa suspeita, no dia 8 de janeiro do ano passado ela foi novamente levada pela família ao Hospital Salgado Filho. Uma radiografia (foto) revelou uma informação espantosa: dentro de seu abdome havia uma pinça cirúrgica de 15 centímetros. O instrumento tinha sido esquecido pela equipe que fez a operação, em 1992. Isaíra foi transferida imediatamente para o centro cirúrgico e operada. "O mais inacreditável é que, durante cinco anos, eu não senti nada", diz. A família de Isaíra está movendo uma ação indenizatória contra o município do Rio de Janeiro por negligência médica.

Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre.


terça-feira, janeiro 18, 2011

"Foi um horror"

Para eliminar um vírus, a técnica em agropecuária Elizabete Maria Barbosa submeteu-se a uma cauterização no útero. Foram quatro sessões de tratamento nas quais a ginecologista Thereza Chrystina Elias Cardoso, do Recife, errou na quantidade de ácido aplicado, provocando dores e queimaduras visíveis na coxa e na virilha. "Ardia, queimava. Foi um horror", conta Elizabete. Os ferimentos causaram estreitamento e colagem do canal vaginal. As tentativas da médica para corrigir o problema foram ainda mais desastrosas. Primeiro procurou abrir a vagina da paciente com as mãos. Não deu certo e ela optou por uma cirurgia, na qual o bisturi elétrico provocou novas queimaduras, de terceiro grau, em Elizabete. Ao receber alta, a técnica foi informada de que nunca mais teria atividade sexual. Acionada pelo Ministério Público, a ginecologista foi condenada a ficar sem trabalhar quatro anos e meio. Recorreu e hoje é médica num hospital e no posto da prefeitura de Olinda.
Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre

segunda-feira, janeiro 17, 2011

"Uma fatalidade"

A servente escolar Lucia Silva de Carvalho levou seu filho único, Bruno, de 9 anos, ao Hospital da Piedade, no Rio de Janeiro, para extrair o apêndice no dia 29 de setembro de 1993. Por problemas na anestesia, Bruno teve uma parada respiratória. O cérebro ficou sem oxigênio e o menino entrou em coma. Saiu da mesa de cirurgia direto para a UTI. Um dos médicos chamou Lucia em um canto e disse: "Houve uma fatalidade. Ele parou". Durante vários dias, a mãe tentou descobrir o que tinha acontecido, mas os médicos e enfermeiros desconversavam. Três meses mais tarde, Bruno teve alta. Desde então, vive em estado quase vegetativo aos cuidados da mãe: não mexe braços e pernas, não fala, não reage a nada. Para cuidar dele, Lucia parou de trabalhar. Um ano depois, entrou com um processo contra a União, dona do hospital, alegando erro do anestesista. Ganhou em primeira instância e recebe dois salários mínimos como "tutela antecipada", uma indenização provisória até a definição do caso.


Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre

domingo, janeiro 16, 2011

Morte na cirurgia


Adelaide Perazzollo Balestreri, de 72 anos, internou-se no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, em setembro do ano passado, para fazer uma operação de ponte de safena com o cardiologista João Ricardo Sant'Anna. Quatro horas depois de iniciada a cirurgia, a família foi avisada de que tudo correra bem. Algumas horas mais tarde, o médico disse aos parentes que Adelaide apresentava uma queimadura nas costas. Só no dia seguinte se descobriu que o caso era muito mais grave que a versão inicial: a paciente tinha queimaduras de terceiro grau nas costas e nádegas e corria risco de vida. "Ela estava em carne viva, inchada, parecia um monstro", lembra Miriam Manfredini (na foto com o retrato da avó). Várias cirurgias de enxerto de pele foram feitas, mas Adelaide não resistiu e morreu. Na necropsia, também foi constatada fratura de duas costelas. O cardiologista afirma que as queimaduras devem ter sido provocadas por um defeito no colchão térmico da sala de cirurgia. "Minha operação foi bem feita, mas houve algum problema com os equipamentos", alega. O caso está na Justiça.

Foto: Liane Neves

Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre

Fonte:http://veja.abril.com.br/030399/p_080.html

sábado, janeiro 15, 2011

Faltou um exame


Durante uma consulta pré-natal, o médico Marco Túlio Vaintraub, de Belo Horizonte, perguntou à professora de educação física Soraia Magalhães qual era seu tipo de sangue. Ela respondeu Rh positivo. O médico não se preocupou em checar a informação mediante um exame de laboratório. O resultado foi desastroso. Quando Henrique nasceu, na Maternidade Otaviano Neves, apresentou sinais de eritroblastose fetal, uma doença que acomete recém-nascidos cujos pais têm incompatibilidade sanguínea. Soraia tinha Rh negativo, mas a equipe da maternidade levou dois dias para identificar o problema e tomar a atitude indicada: substituir todo o sangue do garoto. Era tarde. A doença já tinha provocado uma lesão no cérebro. Hoje, com 2 anos e meio, Henrique não fala nem anda e tem o desenvolvimento retardado. O obstetra e a maternidade respondem a processos na Justiça. "Foram dois erros grosseiros seguidos", acusa a mãe do garoto. Vaintraub se defende dizendo que a culpa pela informação errada sobre o tipo sanguíneo foi de Soraia. "Não cabia a mim duvidar dela", diz o médico. O hospital afirma que não tomou as providências a tempo porque trabalhava com uma informação errada.

Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre

Foto:Moreira Mariz

Fonte:http://veja.abril.com.br/030399/p_080.html

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Quando os médicos erram/Parte 2

Alexandre Mansur



Pelas estatísticas, percebe-se que o grande desafio da medicina não é punir profissionais negligentes que cometem erros. Isso, bem ou mal, a Justiça e os conselhos regionais já fazem. O verdadeiro desafio é encontrar um modo de evitar que os bons médicos, aqueles profissionais sérios e competentes em que os pacientes confiam cegamente, cometam falhas. Em 1991, a revista New England Journal of Medicine, uma das mais conceituadas do mundo na área, publicou um estudo feito nos hospitais do Estado de Nova York, nos Estados Unidos. A pesquisa, com base em análise de 30.000 prontuários, revelou que dois terços das complicações que resultaram em internação prolongada, incapacidade ou morte foram provocados por erros médicos. Os americanos estimam que 120.000 pacientes morrem a cada ano em conseqüência de algum engano ou descuido no tratamento. Quatro entre dez médicos americanos já foram acusados e processados por erros cometidos em consultórios e hospitais. No Brasil, as associações de vítimas de erros médicos do Rio de Janeiro e de São Paulo têm 3100 processos correndo na Justiça. Os médicos envolvidos nesses processos têm, em média, entre dez e vinte anos de profissão.




Livre-arbítrio — Por que os médicos erram com tanta freqüência? Porque são pessoas. Errar é parte essencial da existência humana. Segundo o psicólogo inglês James Reason, autor do livro Erro Humano, o erro é o preço que os seres humanos pagam pela habilidade de pensar e agir intuitivamente. É a possibilidade de errar, ou acertar, que faz da espécie humana a única dotada de livre-arbítrio, a capacidade de escolher entre idéias, caminhos, soluções e alternativas diferentes. É também esse mecanismo que faz as pessoas melhorarem com o aprendizado e o acúmulo de novas experiências. Sem a perspectiva do erro, seríamos todos exatamente iguais, homens e mulheres aborrecidamente infalíveis e previsíveis.




Existem áreas em que a tecnologia tem conseguido reduzir o erro à condição de uma quase improbabilidade estatística. Na indústria da aviação, a freqüência de erros operacionais é hoje de apenas um a cada 100.000 vôos. Isso é possível porque, na aviação, um homem comanda uma máquina que pode ser ajustada nos mínimos detalhes para reagir corretamente a milhares de situações já bastante estudadas. A indústria de eletrodomésticos General Electric atingiu a meta de tornar os defeitos em produtos tão raros que já não podem ser estatisticamente detectados — estima-se que a proporção seja de um erro por milhão de acertos. Em outras atividades, em que as decisões são tomadas por pessoas cujos procedimentos não podem ser regulados e ajustados, como os dos robôs, a situação é diferente. Os engenheiros erram. Os professores erram. Os advogados erram. Os jornalistas erram — esta sua revista VEJA já errou muitas vezes e, provavelmente, vai errar outras tantas mais. Na medicina, em que gente cuida de gente e lida com situações muitas vezes imprevisíveis, o erro é parte da rotina. O problema é que o médico lida com a vida humana. Isso torna seu erro mais dramático.




Existe, no entanto, o profissional que erra e procede corretamente depois e o médico que erra e se mantém teimosamente no erro. No primeiro caso estão médicos que falham mas assumem os deslizes e os expõem francamente aos pacientes. No segundo, os que erram por negligência ou falta de humildade para reconhecer que não estão preparados para fazer determinadas cirurgias ou tratamentos. E, pior: procuram esconder os erros com atitudes desonestas em relação aos pacientes. A maior parte das denúncias de erro médico que se avolumam nos conselhos regionais e nos tribunais de Justiça tem uma história de mau relacionamento entre médico e paciente agravando a questão do erro. Muitos processos poderiam ser evitados com um diálogo franco e a continuidade do tratamento. Sabendo disso, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro criou, no mês passado, uma Comissão de Conciliação. Antes de dar entrada com a denúncia, a comissão coloca o paciente frente a frente com o médico. O profissional é obrigado a explicar, em linguagem didática, o que houve durante determinada cirurgia ou tratamento. Nos casos mais simples, os pacientes contentam-se com um pedido formal de desculpas por parte do médico. Nos outros, mais complicados, é aberto um processo no CRM.




Exemplos semelhantes podem ser encontrados em outros Estados. Em Santa Catarina, o cirurgião Edevard de Araujo abriu um buraco maior que o esperado na bexiga de uma menina durante uma cirurgia para desobstrução de um ureter. Dois dias depois, os pontos da bexiga estouraram e a urina passou a vazar para dentro do abdome. O outro canal do ureter que não tinha sido mexido também piorou. Ao contar aos pais da paciente que teria de fazer outra operação, dessa vez de emergência, foi bem claro: "Foi uma complicação imprevisível". Os pais acreditaram e nem pensaram em processá-lo.
Outro caso exemplar de que uma conversa honesta é o melhor caminho para evitar um processo ocorreu com o pediatra carioca Marcos Vianna, da Escola Nacional de Saúde Pública, no Rio de Janeiro. Em 1989, Vianna atendeu uma mulher cujo filho, de 1 ano e 7 meses, tinha febre e chorava de dor no ouvido. Ao examinar o menino, o médico constatou que o tímpano estava abaulado e opaco. Diagnóstico: otite. Receitou um remédio e mandou a criança para casa. O diagnóstico estava errado. Algumas horas depois, a febre piorou, o choro aumentou e a mãe, aflita, levou o filho para outro hospital, que, dessa vez, fez um exame mais detalhado. Com uma punção, retirou-se líquido da medula espinhal. O diagnóstico foi meningite. As probabilidades de um paciente com meningite morrer ou ficar com seqüelas como paralisias e deficiências cerebrais quando não é medicado em 24 horas são enormes. Felizmente, nesse caso o menino foi socorrido a tempo e hoje leva uma vida normal. Ao saber do que tinha acontecido, o pediatra Vianna reconheceu imediatamente o erro. "O menino poderia ter morrido", afirma. Sua franqueza fez com que a família decidisse manter o menino aos seus cuidados, mesmo depois do episódio. "Qualquer profissional pode cometer erro de diagnóstico", diz o médico. "O importante é não abandonar o paciente."
No Brasil, o que contribui para o erro e a negligência são a má formação dos médicos e as condições de trabalho na maioria dos hospitais. Dos 9.000 profissionais formados todo ano pelas 85 escolas de medicina do país, apenas 60% conseguem vaga para fazer residência. "Mesmo quem se formou na melhor faculdade de medicina do Brasil não está pronto para trabalhar sem dois anos de residência", afirma Júlio Cézar Gomes, secretário do CFM. "Esses 40% que chegam ao mercado de trabalho sem a formação completa são um perigo." Outro problema são as precárias instalações dos postos de atendimento. "Em hospitais muito grandes, a situação força uma banalização da morte", diz o professor Sérgio Mies. "Isso leva à negligência. É essencial que um médico nunca encare a morte como algo banal." Além das más condições de trabalho, a certeza da impunidade é outro fator que favorece os erros. Nos hospitais públicos, quando o médico erra, geralmente o processo corre contra a União, o Estado ou o município. Em raríssimos casos, acusa-se diretamente o profissional que cometeu a falha. Essas entidades públicas, e impessoais, pagam as indenizações, quando são condenadas, mas quase nunca se preocupam em punir os responsáveis pelo erro. "Ninguém fica sabendo nem mesmo quem é o médico envolvido", diz Marcos Vianna. Durante os quatro anos em que ele dirigiu o Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, maternidade de referência nacional, o hospital pagou quatro indenizações por erros cometidos por médicos que nem trabalhavam mais lá. Várias vezes Marcos Vianna tentou abrir sindicância interna para apurar os erros, mas foi em vão. "Convocamos comissões de médicos especialistas, mas o corporativismo correu solto", queixa-se Vianna. "Ninguém queria ouvir falar em negligência."
O aumento do número de processos contra médicos no Brasil deve-se a uma mudança de comportamento da sociedade. Até alguns anos atrás, os médicos eram vistos como profissionais em quem se devia depositar uma confiança cega, o que os tornava praticamente imunes à acusação de erro. Isso está mudando, graças à consciência dos pacientes de que eles são prestadores de serviços, dos quais se devem cobrar qualidade e respeito, como em qualquer outra área. Há dez anos, a maior parte das denúncias de erro partia da própria classe médica. Hoje, 57% das queixas são feitas pelos pacientes e órgãos de defesa do consumidor. Preocupados com a imagem da classe, os médicos, por meio dos conselhos regionais, estão mais empenhados em punir os maus profissionais. "Precisamos aprimorar nossa credibilidade", diz Roberto D'Ávila, presidente do CRM de Santa Catarina.
Licença cassada — No final do ano passado, um ginecologista de São Paulo teve sua licença de exercício da profissão cassada porque rompeu o ureter e a bexiga de uma garota de 20 anos durante um aborto. No dia seguinte, com fortes dores, a paciente procurou o médico, mas ele se negou a atendê-la. A jovem foi parar em outro hospital e perdeu o útero em virtude das complicações da operação malfeita. O conselho regional considerou mais grave o fato de o médico ter negligenciado a paciente do que ter feito um procedimento ilegal (o aborto) e rompido dois órgãos. "É um indivíduo sem caráter, que não admite que errou nem tem a sensibilidade para ver as conseqüências do erro", avalia Monteleone. "Esse tipo de gente não pode exercer a profissão."
Quando é julgado culpado por um CRM, um médico pode receber uma advertência reservada, uma censura pública, uma suspensão por trinta dias. Nos casos mais graves, tem o registro profissional cassado. Nos processos que chegam à Justiça comum, as vítimas buscam indenizações em dinheiro e, em tese, as chances de o médico ser punido são maiores. A primeira vitória na Justiça comum de uma associação de vítimas de erro médico aconteceu em 1992. "Na época foi um evento sem precedentes", lembra a advogada Célia Destri, presidente da associação fluminense de vítimas de erro médico. Desde então, outros 62 processos foram vencidos pelos pacientes. Em geral, as indenizações determinadas pela Justiça são superiores a 100 salários mínimos. Os médicos brasileiros estão apreensivos com a chance de ter seus procedimentos discutidos em tribunal e começam a pensar numa "medicina defensiva". A Associação Médica do Rio Grande do Sul elaborou um manual para seus sócios se precaverem de processos por erro médico, com orientações que chocaram alguns especialistas no assunto (
veja quadro). Também há companhias de seguro oferecendo planos especiais de cobertura para os médicos. Uma delas, a Arias Villanueva, já tem 400 clientes. O segurado paga 158 reais por mês e, se for processado, tem direito a 130.000 reais para pagar indenizações e honorários do advogado.
Nos Estados Unidos, o medo de processos judiciais tornou-se uma autêntica paranóia entre os médicos. Setenta por cento dos ginecologistas e obstetras americanos — área mais visada — já foram processados pelo menos uma vez. Há casos de profissionais que foram condenados a pagar milhões de dólares em indenizações. Essa indústria de processos tornou-se um filão para as seguradoras. Todo médico ou hospital tem seu plano de seguro para se prevenir contra a falência no caso de ser condenado a pagar uma indenização milionária. "Lá, o medo de processos é tão generalizado que ninguém cria nem improvisa nada", afirma o médico mineiro Randas Vilela Batista, que se tornou mundialmente famoso por inventar uma cirurgia que retira um naco do músculo cardíaco para curar determinadas doenças. "Nos Estados Unidos, ninguém teria coragem de fazer uma cirurgia como essa pela primeira vez", conta Randas. "O risco de sofrer um processo, caso algo saísse errado, seria grande demais."
Apesar da paranóia, os Estados Unidos conseguiram reduzir a incidência de erros em determinadas áreas da medicina, como a anestesia. Esse é um caso espetacular de sucesso. No início da década de 80, uma a cada 10000 anestesias feitas nos hospitais americanos tinha algum problema que resultava em morte. O presidente da Sociedade Americana de Anestesiologistas, Ellison Pierce, decidiu lançar uma cruzada para reduzir as chances de erro. Pierce usou um trabalho realizado dez anos antes pelo engenheiro Jeffrey Cooper, contratado pelo Hospital Geral de Massachusetts para estudar as causas dos problemas durante a anestesia. Cooper analisou 359 casos de erros, que incluíam pouco treinamento dos profissionais, deficiência dos equipamentos, má comunicação entre os membros da equipe cirúrgica, cansaço e desatenção. As alterações determinadas por Pierce foram, em geral, fáceis de executar. Reduziram-se as horas de trabalho, os mostradores dos equipamentos foram padronizados, sistemas de alarme passaram a ser acionados automaticamente em situações de risco, trancas de segurança para evitar excesso de gás anestésico foram instaladas. Uma década depois, o índice de mortalidade caiu para uma em mais de 200000 operações, redução de 95%.
Com os resultados obtidos na anestesiologia, fica claro que, apesar das limitações impostas pela condição humana, a medicina ainda pode melhorar muito no combate a seus erros. A busca da perfeição, ainda que inatingível, é a única saída compatível com a ética médica nesses casos. Colocar a culpa nas péssimas condições do sistema de saúde brasileiro, na formação deficiente dos profissionais, no excesso de horas trabalhadas, no baixo salário ou na falta de equipamento adequado é fugir da essência do problema. Em alguns hospitais universitários e poucas clínicas particulares, acontecem reuniões semanais em que médicos, enfermeiras, residentes, psicólogos, fisioterapeutas, todos os envolvidos em cada departamento, discutem os casos complicados. Na unidade de fígado do Hospital das Clínicas de São Paulo, as reuniões têm o nome de "complicações e óbitos". "Discutimos abertamente tudo o que acontece, principalmente os erros. O objetivo é aprender com o insucesso e tentar evitar a repetição", explica o médico e professor Sérgio Mies. Discussões dessa natureza são a melhor notícia que se poderia dar aos pacientes. "Não é razoável exigir que a medicina atinja a perfeição", afirma o médico americano Atul Gawande, autor de um artigo sobre erro médico publicado no mês passado pela revista The New Yorker. "O que é razoável é pedir que a medicina nunca deixe de buscá-la."


Foto 2:"O erro de avaliação acontece. O importante é não abandonar o paciente."Marcos Vianna, pediatra que diagnosticou otite em um caso de meningite./De: Oscar Cabral
Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre
Fonte:http://veja.abril.com.br/030399/p_080.html

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Quando os médicos erram/ Parte 1

O número de processos aumentousete vezes em apenas uma década


Alexandre Mansur

Na sala de cirurgia, o médico Pedro Paulo Monteleone prepara-se para retirar o útero de Rosa Gonçalves Dias. Às 7 horas da manhã, a paciente teve o intestino lavado e os pêlos pubianos raspados. A anestesia peridural, que corta qualquer sensibilidade da cintura para baixo, faz efeito. Como Rosa tivera seus três filhos por meio de cesariana, Monteleone abre 12 centímetros de pele logo acima do púbis, no mesmo local dos cortes anteriores, para evitar uma nova cicatriz. É trabalhoso chegar até o útero. O médico corta uma primeira camada de gordura, abre a aponeurose, um tecido fino que envolve toda a cavidade abdominal, afasta os músculos peritoniais e alcança o intestino. A cada etapa, grampos metálicos são colocados nas bordas das incisões para manter os órgãos afastados. O intestino é empurrado, com uma compressa, em direção ao umbigo. Em meia hora, o médico já enxerga bem o útero da paciente. A fase mais crítica da cirurgia começa agora. Com todo o cuidado, Monteleone corta os ligamentos que unem as trompas ao útero. Quando a paciente está deitada, a bexiga fica apoiada sobre o útero. É preciso afastá-la com uma gaze, lentamente, e ir cortando com uma pequena tesoura os pedaços de tecido que unem as finas paredes dos dois órgãos. É como abrir um envelope, descolando as bordas, sem rasgar o papel. Monteleone sabe que qualquer corte 1 milímetro mais profundo pode perfurar a bexiga. Foi exatamente isso que aconteceu naquela manhã de agosto de 1994. O médico Monteleone furou a bexiga de sua paciente Rosa.




Monteleone, 58 anos, obstetra e ginecologista há 33, é formado em uma das melhores faculdades do país, a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, onde também foi professor durante três décadas. Naquela manhã, ao perceber que tinha cortado a bexiga de Rosa, parou o que estava fazendo. Pediu fio e agulha apropriados à instrumentadora, costurou o órgão afetado com cinco pontos e só depois prosseguiu na retirada do útero. Duas horas mais tarde, quando a paciente já estava no quarto, ainda levemente sedada, o médico explicou-lhe o que ocorrera durante a operação. Se não fosse pelo rompimento da bexiga, Rosa teria alta do hospital em menos de 24 horas. Em razão do acidente, ela ficou com uma sonda e a internação foi prolongada por uma semana, até a ferida interna cicatrizar. Hoje, acadêmico renomado e profissional de sucesso, Monteleone preside o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Cremesp. Por sua mesa, na sede da entidade, passam quilos de papéis repletos de acusações graves contra seus colegas de profissão. São casos de erro médico. Em uma década, o número de processos por negligência ou imperícia encaminhados anualmente ao Conselho Federal de Medicina, CFM, a última instância por onde passam processos vindos de todo o Brasil, aumentou sete vezes. Ao todo, foram 356 processos (veja gráfico). O número de condenados caiu porque o Conselho diz que não consegue julgar tantos casos. Há 200 na fila de espera.



Uma novidade é que o comportamento dos médicos em relação aos seus próprios erros está mudando. Até algum tempo atrás, com medo de sofrer processos e ter a reputação manchada por uma acusação de barbeiragem, grande parte deles preferia esconder dos pacientes suas eventuais falhas. Isso só contribuía para complicar a questão. Desinformados a respeito de problemas durante a cirurgia, muitos pacientes só descobriam que tinham sido vítimas de erro mais tarde, em razão de complicações pós-operatórias. Os próprios conselhos regionais de medicina eram usados como escudo para proteger os médicos acusados de erro, o que freqüentemente lhes valeu a pejorativa denominação de "máfia de branco". Hoje, isso ainda acontece, mas há boas notícias na área. Tome-se o caso do erro cometido por Monteleone durante a cirurgia de útero. Depois de ouvir o relato detalhado do que tinha ocorrido, Rosa, sua paciente, nem pensou em processar o cirurgião. "É um alívio saber que existem médicos que contam a verdade, por mais difícil que seja ouvi-la", diz ela. Esse tipo de relacionamento franco entre médico e paciente é uma grande novidade nos consultórios e hospitais brasileiros.
Histórias escabrosas — Para a maioria das pessoas, erro médico é sinônimo de negligência ou irresponsabilidade de maus profissionais. Inúmeras histórias escabrosas que aparecem no noticiário contribuem para reforçar essa visão (veja algumas delas nos quadros que ilustram esta reportagem). Um recém-nascido ficou cego porque esqueceram de colocar algodão para proteger seus olhos na incubadeira. Uma mulher submeteu-se a uma cirurgia no abdome e, cinco anos depois, começou a sentir dores. Ao fazer uma radiografia, foi informada de que tinha uma pinça cirúrgica na barriga, deixada ali pelo médico que a operou. Uma judoca de 14 anos foi internada para operar o menisco da perna direita. Quando acordou, descobriu que tinham mexido no menisco sadio da perna esquerda. A maioria desses casos, mais escandalosos, envolve médicos incompetentes e negligentes. Existe, porém, uma verdade irrefutável na medicina, que torna o problema do erro mais complexo e, ao mesmo tempo, mais assustador: todos os médicos erram. "Quem diz que nunca cometeu um erro grave na carreira está mentindo", afirma, sem constrangimento, o obstetra Monteleone. "Alguns erros, às vezes graves, fazem parte do dia-a-dia da medicina", diz Sérgio Mies, professor e médico da Unidade de Fígado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. "Mesmo os melhores médicos estão sujeitos a errar."




Foto:3 "Quem diz que nunca cometeu um erro grave na carreira está mentindo."Pedro Paulo Monteleone, ginecologista e obstetra que furou a bexiga de uma paciente durante cirurgia./De:Antonio Milena

Com reportagem de Dina Duarte, do Recife, José Edward,de Belo Horizonte, e Cristine Prestes, de Porto Alegre

Fonte:http://veja.abril.com.br/030399/p_080.html

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Divinópolis: jovem morre de febre maculosa por descaso - Vinicius faleceu na tarde de sexta-feira (23) depois de ter sido picado por carrapatos.

Segundo e-mail recebido, há cerca de 25 dias no Parque da Ilha, habitat natural de capivaras, o jovem Vinicius treinava em sua bicicleta para participar do torneio que foi realizado no último final de semana.
O fato agravante, segundo o e-mail enviado para o Divinews, relatando o caso, é que Vinicius, ao apresentar os primeiros sinais da febre, os seus pais, Adilson e Sebastiana, por várias vezes procuraram atendimento médico no Hospital São João de Deus. Entretanto os médicos que o atendeu nas primeiras vezes, deram o diagnóstico de dengue.

Somente na quarta-feira (21) na antevéspera da sua morte, o jovem de 15 anos apenas, voltou novamente ao hospital com fortes dores musculares e febre alta. Desta vez oi internado rapidamente. Porem, o quadro clinico já era extremamente grave e ele faleceu
na sexta-feira (23) à tarde.

Emerson, o autor do envio do e-mail, registra sua indignação, pelo mal atendimento, além do despreparo dos médicos, o descaso das autoridades em relação ao Parque da Ilha.Um local freqüentado por muitas pessoas, inclusive os adolescentes do projeto pró-jovem da própria prefeitura.


terça-feira, janeiro 11, 2011

ÉTICA E MORAL

Na atualidade, houve-se falar muito em ética. Ética profissional, como por exemplo: a famigerada ética médica, onde os tais profissionais receitam medicamentos errados, e o seu colega de trabalho, ou a enfermeira, mesmo vendo a tabuleta do paciente, com o nome do amigo, não pode dizer qual medicação foi receitada, pois é em cima desta ética que morrem muitos pacientes, e nunca se sabe a causa. Na sociedade atual esse é o um dos erros mais comuns, tendo em vista que lida com vidas humanas, porém não se deve invocar a ética médica para encobertar incapacidade de qualquer profissional, que não tem o mínimo de respeito pelo homem. Todavia, na hora de tratar o paciente, quem vale mais não é a ética médica, e os recursos que são deixados na tesouraria do hospital, ou consultório médico, contudo, sem nenhuma responsabilidade pela vida humana.
Um outro exemplo que se pode incluir no rol das famigeradas éticas profissionais é quanto a delegados de polícia, bem como de policiais corruptos, que praticam todo tipo de desmando em nome da Lei e da moral, em verdade, invocando a ética, só com o objetivo de se locupletarem e não se poder denunciar, porque, quem vai à cadeia é o denunciante. Quem não sabe de delegado de polícia que recebe propina para encobertar um ladrão, ou um assassino, cujos colegas sabem do fato, mas não podem denunciar! Quem não sabe de policiais civis que praticam o mesmo ato ilícito ao serem remunerados por outras vias que não a legal e não podem ser denunciados pelos colegas, mesmo sendo conhecedores de tais atos! É aí onde se invoca o princípio da ética, para encobertar irregularidades e continuar a impunidade.

Mas, afinal de contas, o que é ética? Pois, a palavra ética vem do grego ethos que quer dizer "modo de ser", ou "caráter", enquanto maneira de vida que o homem adquire ou conquista. Mais objetivamente, pode-se definir ética como sendo um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento humano, moral, tal como colocado por Adolfo Sánches VÁZQUEZ (1982)[1]. Entrementes, a ética se advém dos conhecimentos racionais e objetivos, contudo, a própria coisa ser racional e objetiva deve ter um ponto de partida, isto significa dizer, o racional e objetivo vai servir a quem? Quem está dizendo o que é certo ou errado? E é aí onde entra a questão da ética dos tempos hodiernos que não tem nada de racional e objetivo.
A ética se confunde muitas vezes com a moral, todavia, deve-se deixar claro que são duas coisas diferentes, considerando-se que ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou regras adquiridas com o passar do tempo. A ética é o aspecto científico da moral, pois tanto a ética como a moral, envolve a filosofia, a história, a psicologia, a religião, a política, o direito, e toda uma estrutura que cerca o ser humano. Isto faz com que o termo ética necessita ter, em verdade, uma maneira correta para ser empregado, quer dizer, ser imparcial, a tal ponto a ser um conjunto de princípios que norteia uma maneira de viver bem, consigo próprio, e com os outros.

Entretanto, pode-se aplicar a ética, em detrimento dos outros? Como é que isto ocorre todos os dias, com os seres humanos? No campo profissional é comum o uso da ética, mas esta ética vem sempre com o objetivo de salvaguardar a posição de um profissional desonesto, ou corrupto que não sabe fazer o seu trabalho, causando prejuízo para com os outros, muitas vezes levando até à morte muitas e muitas vidas humanas. A ética deveria ser o contrário, quer dizer, levantar princípios bons para serem direcionados para ajudar as pessoas de bem, em uma vida cheia de harmonia e de felicidade, porém, não usar para encobrir falcatruas e desonestidades. A ética é a parte epistemológica da moral, tendo em vista que esta é a maneira de se ver, e aquela é a ciência de como melhor ajuntar isto tudo.

A ética viria pari passu com os direitos humanos, ao se colocarem estes fatos pelo lado da seriedade, da polidez, sobretudo, de um ser consciente, quanto às coisas costumeiras que merecem uma ordenação para servir de princípios do bom viver aos participantes desta humanidade. Enquanto que os costumes constituem a moral que é o modus vivendi do cidadão, quer seja bom ou mal, tudo que acontece com a pessoa humana de maneira instantânea, de maneira instintiva e até mesmo, impulsiva pelo ego de cada um, pois, é na verdade, o campo da moral, este agregado de acontecimentos que caracteriza a vida do homem. Sem esquecer Aurélio Buarque de HOLANDA (1976)[2], a moral é um conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos para qualquer tempo ou lugar, para grupo, ou pessoa determinada.

Por outro lado, a moral se constitui em um processo de formação do caráter da pessoa humana, partindo-se normalmente de uma maneira de como foi direcionado pelos ensinamentos no país, cujos princípios têm origem com a religião dos genitores. A moral se adquire também no meio ambiente em que se vive, tal como já diziam alguns filósofos que o homem seria um produto do meio, difícil de concordar, mas fácil de aceitar, pelo simples fato de que a localidade onde se mora é um forte influenciador do comportamento humano. Este efeito transbordamento ou como é também chamado, spillover, faz com que a má formação de um amigo seja um fator de fundamental significado na vida de uma pessoa que tenha uma instrução boa, de princípios que possam ser transmitidos para os outros.

Um exemplo de como a moral pode ser transmitida para outrem, com prejuízo de uma boa formação é quanto ao modo de vida de uma prostituta, ou de um maconheiro, ou de pessoas que não tenham boas maneiras para com os amigos, isto significa dizer, uma boa formação não se propaga, mas uma maneira de vida viciada, de maus costumes, facilmente se prolifera por toda face da terra. Veja que ninguém aprende deliberadamente os ensinamentos das religiões, quer seja católica, protestante, budista, brahmanista, espírita, ou qualquer direcionamento que se queira dar, para melhor orientar-se na vida, mas para ouvir, e até mesmo participar em conversações sobre os maus costumes no cotidiano daqueles que só querem divulgar o imoral, o descomposto e, ainda mais, dizendo-se que, o que é importante é a liberdade.

É claro que a ética e a moral devem e estão caminhando lado a lado com a liberdade, entretanto, não se deve esquecer que a liberdade não tem a conotação que os tempos modernos têm dado. A liberdade é a concepção natural de uma pessoa ou animal ser livre, mas ser livre, significa, antes de tudo, algumas limitações que a própria Lei Natural impõe ao ser humano. Hoje o termo liberdade tomou significado diferente, tal como o de libertinagem. Assim, liberdade parte em princípio do respeito aos direitos alheios, onde, dialeticamente, não se constata, que na vida prática exista o respeito ao homem em si, o que existe na consciência humana é o respeito a si mesmo, a busca de tudo, para si próprio, e o resto que procure respeitar os direitos dos outros, sem nenhuma contra-partida.

Ao longo da história se tem deturpado o real significado da palavra liberdade; é só verificar o dia-a-dia das novelas; os anúncios de jornais, os out-doors, os filmes de sexos, que são verdadeiros atentados contra o pudor e os bons costumes. Isto tem trazido uma revolução aos princípios éticos e morais de uma sociedade que prima pelas boas maneiras de vida. A liberdade que se procura não é esta, mas aquela que está dentro de uma formação trazida pelos pais, avós, ancestrais, que sempre procuraram e procuram transmitir de geração a geração os caminhos da verdade e da vida, pois isto não significa moralismo, mas princípios que devem permanecer por todos os tempos e não se levar por falso modernismo que tem o objetivo de degradar a família em troca de uma libertinagem que deprime o ser humano.

Na discussão entre ética e moral, entra em cena toda esta situação de libertinagem sexual, infidelidade conjugal, promoções obscenas, e uma gama muito grande de libertinagem que não constrói nada, a única coisa que deixa plantada é uma semente de depravação que aniquila a moral, os bons costumes e, sobretudo, a integridade humana. É deprimente ver um ser humano se despir em uma novela de televisão ou cinema, ou em poster fotográfico com o objetivo de ganhar dinheiro para sobrevivência. Isto denota, não a beleza de uma cena sensual, mas a vulgaridade de um ato comum a dois, agora, divulgado para milhões de pessoas sentirem a privacidade de uma criação da natureza, pois isto é uma insinuação para aqueles que ainda, devido à idade, não conhecem as descobertas do corpo humano para a vida.

E o que se deve fazer para tentar contornar este estado de coisas? Deve-se incentivar a libertinagem, tal como faz a televisão e os cinemas? Quais os caminhos que se devem tomar para não cair em uma degradação generalizada que se estar passando hoje em dia? Os trabalhos de televisão não são de todo condenáveis, o mesmo ocorre com o cinema, os out doors, ou qualquer sistema de divulgação. A questão é como estão sendo veiculadas as suas atividades e divulgadas àqueles que ainda não despertaram para a vida. As coisas devem ser feitas de maneira e em local, onde as pessoas são conscientes para não haver distorção dos fatos, de tal modo que a moral e a ética, sejam preservadas a uma elevação da família, e não uma dizimação das raças a troco de nada, mas em busca da infelicidade dos povos.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

DESCASO NA SAÚDE


Bebê de sete meses morre em Taubaté porque não havia médico.

Depois da notícia que abalou o país - de que uma menina de doze anos recebeu vaselina na veia em vez de soro e morreu -, uma outra notícia hoje mostra a fragilidade do setor de saúde pública.
Um bebê, de sete meses, engasgou com leite e faleceu em Taubaté porque não havia um médico sequer num posto de saúde. A família chegou a levar a criança para uma base do Corpo de Bombeiros.
É mais um fato lamentável que nos deixa indignados.

domingo, janeiro 09, 2011

Mulher morre sete dias após realizar lipoescultura em Goiânia

TODO CUIDADO É POUCO. Será que é necessária mesma a cirurgia? Pense sempre dez vezes antes de decidir. Falta de ética de médicos os transformam em caça-níqueis que aceitam tudo. Ministério Público ordena necrópsia no corpo de assessora do ministro das Cidades que perdeu a vida sete dias após fazer lipoescultura em Goiânia. Família não relaciona o fato à operação
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a 23ª Delegacia de Polícia (P Sul) investigam a morte de Kelma Macedo Ferreira Gomes, 33 anos, que era assessora do ministro das Cidades, Márcio Fortes. Ela estava internada desde terça-feira no Hospital São Francisco, em Ceilândia, e morreu por volta do meio-dia de ontem. Segundo pessoas próximas à família dela, a causa teria sido uma pneumonia. Sete dias antes, Kelma havia passado por uma lipoescultura no Hospital Goiânia Leste, no Setor Universitário da capital goiana. Familiares negam qualquer relação entre a operação e a morte da assessora. O promotor de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Diaulas Ribeiro, encaminhou o corpo de Kelma ao Instituto de Medicina Legal (IML) para necrópsia.

Kelma acompanhava o ministro Márcio Fortes havia oito anos. Segundo a amiga Adriana Cavalcante, 35 anos, que também trabalha no ministério, a assessora não tinha problemas de saúde. “Trabalho com ela há quatro anos. Ela estava sempre saudável, feliz e de bem com a vida. Eu a considerava como uma irmã”, disse, emocionada, no Hospital São Francisco.

Ainda de acordo com Adriana, Kelma começou a procurar este ano um lugar para realizar a cirurgia plástica nos braços, nas pernas, nas costas, na barriga, além de colocar implantes de silicone. Ela escolheu o hospital de Goiânia, que teria cobrado R$ 9 mil pelo procedimento. Em Brasília, a operação custava cerca de R$ 11 mil. Com a cirurgia marcada para o último dia 26, Kelma teve de retornar mais cedo do Rio de Janeiro, onde acompanhou o ministro Márcio Fortes no Fórum Urbano Mundial. A assessora chegou a Brasília dois dias antes da operação (veja cronologia).

Kelma deu entrada no hospital goiano com o marido, Fredson Silva, por volta das 19h do último dia 25. A cirurgia começou às 6h30 do dia seguinte. Durou 3h. A paciente teria sido liberada pelo médico e voltou a Brasília de carro na manhã de sábado, às 8h. Na terça-feira, deu entrada no Hospital São Francisco. O primeiro diagnóstico dos médicos foi embolia pulmonar, que culminou em uma pneumonia, conforme o hospital informou aos parentes e amigos.

Segundo um médico consultado pelo Correio, a maioria dos pacientes recebe alta 24h após a operação. Mas cabe ao cirurgião e à pessoa operada o “bom senso” e cuidados no pós-operatório. O atestado médico para quem se submete a uma lipoescultura é de 15 a 30 dias. O médico que operou Kelma, em Goiânia, trabalha numa clínica particular no Guará.


Sepultamento


O enterro do corpo da assessora estava marcado para hoje, no Cemitério de Taguatinga. Seria organizado pelo Cerimonial do Ministério das Cidades. “O ministro está muito triste com a notícia e pediu para que eu cuidasse de todos os procedimentos para enterrá-la”, disse a chefe do Cerimonial, Marlene Souza, 50 anos. Mas o sepultamento depende, agora, do IML.

Por volta das 18h40 de ontem, o Hospital São Francisco liberou o corpo de Kelma para uma funerária em Ceilândia. Mas, em vez da Capela 3 do Cemitério de Taguatinga, ele seguiu no rabecão para o IML. O delegado de plantão da 23ª DP, André Luiz Fonseca, estava no local acompanhado de agentes e impediu o transporte do corpo direto para o cemitério. “Estamos cumprindo uma determinação do Ministério Público”, explicou Fonseca.

Assim que os familiares de Kelma souberam que o corpo teria de seguir para o IML ficaram revoltados. Eles ligaram para promotor Diaulas e alegaram que o sofrimento seria estendido dessa forma. Mas não adiantou. “Se tem morte associada a qualquer tipo de cirurgia, temos que apurar. Por isso, o corpo deve seguir para o IML. Não podemos correr o risco de deixar a história passar e, depois, descobrir um erro na mesa de cirurgia”, explicou Diaulas Ribeiro. A partir do resultado da perícia, o MP decidirá se a investigação segue em Brasília ou Goiânia. O laudo da necrópsia deve ficar pronto em 15 dias.

Os familiares de Kelma estavam reunidos na casa da assessora, no Setor O, ontem à noite, quando a reportagem chegou. Eles não quiseram comentar o assunto. Por meio de amigos, disseram não acreditar que a morte de Kelma tenha relação com a lipoescultura realizada pela assessora. Nenhum representante dos hospitais São Francisco e Goiânia Leste foi encontrado ontem para comentar a morte de Kelma.


Pulmão


A embolia pulmonar pode ocorrer principalmente com as pessoas que fumam, que têm varizes nas pernas ou então ficam muito tempo sentadas. O primeiro sintoma é a falta de ar.


Popular


A lipoescultura ocorre quando o médico retira gordura de uma parte do corpo da paciente para definir outra região. A expressão, no entanto, tornou-se tão popular nos últimos anos que hoje se refere ao ato de contornar o corpo de uma pessoa com cirurgias plásticas.


Colaborou Guilherme Goulart


Memória

Vaidade mortal


Junho de 2003

O ex-médico Denísio Marcelo Caron foi acusado pela morte de cinco mulheres em decorrência de cirurgias plásticas. Há entre as vítimas pacientes do Distrito Federal. Descobriu-se que ele usava um diploma falso de especialização emoperações estéticas. Em maio do mesmo ano, o Tribunal de Justiça do DF decidiu levar Caron a júri popular sob acusação de homicídio doloso (por assumir o risco de matar). Em julho de 2009, a Justiça de Brasília o condenou a 30 anos de prisão. Caron recorre da sentença em liberdade.


Abril de 2005

A funcionária do Banco do Brasil Patrícia Regina de Freitas Cavaliére, 46 anos, perdeu a vida durante cirurgia plástica realizada pelo médico Silvio Ferreira em uma clínica na 606 Sul. A intenção dela era fazer pequenos reparos na barriga, mas saiu da consulta convencida a encarar procedimentos para retirada de gordura e redução do culote. O médico não tinha licença da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para exercer a função.


Dezembro de 2008

A polícia de Palmeiras de Goiás prendeu o médico Pastor Contreras Zambrana, 54 anos, como suspeito de matar pelo menos duas pacientes e deformar outras cinco durante cirurgias de lipoaspiração. Ele também é investigado pela morte da brasiliense Jussara Maria Ferreira, 45, em 1º de setembro. Ela perdeu a vida após receber anestesia aplicada pelo médico. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) suspendeu provisoriamente o direito de Zambrana de exercer a profissão.


Janeiro de 2010

O cirurgião plástico Haeckel Cabral Moraes acabou indiciado pela morte da jornalista Lanusse Martins Barbosa, 27 anos. A jovem perdeu a vida durante lipoaspiração realizada em 25 de janeiro na sala de cirurgia do Hospital Pacini (715/915 Sul). Investigação policial concluiu que houve erro médico. Autópsia revelou que houve a perfuração da veia renal direita de Lanusse durante a lipo. Com isso, ela teve hemorragia interna e diversas paradas cardiorrespiratórias.


Perfil


Kelma Macedo Ferreira Gomes, 33 anos

Trabalhou como assessora do ministro das Cidades, Márcio Fortes, durante oito anos.Casada, ela deixou dois filhos: uma menina de 8 anos e um garoto de três.A família mora numa casa humilde no Setor O de Ceilândia.Os amigos lembram dela como uma profissional talentosa e dedicada.Na semana passada, esteve com o ministro no Fórum Urbano Mundial, que ocorreu no Rio de Janeiro. Ela voltou a Brasília mais cedo, no último dia 24, para se submeter a uma cirurgia de lipoescultura em Goiânia.


Cronologia


Quinta-feira, 25 de março

Kelma chega ao Hospital Leste, que fica no Setor Universitário de Goiânia, acompanhada do marido, Fredson Silva, e é internada por volta das 19h.


Sexta-feira, 26

Começa o procedimento cirúrgico na assessora do ministro Márcio Fortes, por volta das 6h30. Ela foi submetida a três cirurgias: plástica na barriga, lipoaspiração nos braços, pernas, nas costas e cirurgia para colocação de siliconenos seios.


Sábado, 27

Depois da lipoescultura, que durou três horas, Kelma ficou internada até as 8h de sábado, quando teve alta e retornou de carro para Brasília com o marido.Domingo, 28Já em casa, Kelma começou a passar mal. Ela reclamou de falta de ar. O sintoma teria se agravado até terça-feira, quando ela deu entrada no Hospital São Francisco, da rede particular, que fica na Guariroba.


Ontem, 2 de abril

Depois de quatro dias internada no hospital, Kelma não resistiu e morreu ao meio-dia. Num primeiro boletim divulgado aos parentes, os médicos diagnosticaram um quadro de embolia pulmonar.Mas o segundo exame apontou pneumonia. A causa da morte de Kelma será conhecida com o resultado da necrópsia feita pelo IML.



sábado, janeiro 08, 2011

Médico é acusado de deixar gazes na barriga de paciente após cirurgia em Vila Velha

Uma jovem denuncia que houve erro médico em uma cirurgia realizada no Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha. Graziele Gomes, de 28 anos, está internada desde a última quarta-feira (1º), quando descobriu que tinha gazes dentro da barriga esquecidos pela equipe médica depois que ela passou por um procedimento para retirar a vesícula há sete meses. No local, a jovem fez a cirurgia para a retirada do material.

A irmã de Grazilele contou que só descobriu o ocorrido depois que a jovem fez uma endoscopia por conta da dor que sentia. "Nós a levamos ao médico e ela tomou medicamentos. Por fim, ela achou que estava com um problema no estômago e foi assim que nós resolvemos fazer a endoscopia", comentou Cristina Gomes.

Cristina disse que chegou a procurar o hospital onde tudo aconteceu, mas ninguém deu uma explicação para o fato. Revoltada, ela fez uma denuncia no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Esta não é a primeira vez que a família passa por uma situação parecida. Há seis anos, uma prima de Graziele morreu depois que um médico esqueceu a placenta dentro dela ao fazer o parto. "É muita imprudência dos médicos. Eles precisam ter total vigilância para essas coisas não acontecerem", acrescentou.
Por meio de nota, a direção do hospital informou que a paciente passa bem e está aguardando a conclusão da apuração do CRM para tomar as devidas providências sobre o caso.

Foto: Reprodução TV Vitória