Não vamos calar frente as injustiças e lutaremos até que tenhamos JUSTIÇA NESTA TERRA. A união e participação de todos é vital nesta luta.

segunda-feira, setembro 13, 2010

Faltam médicos nos postos de Belo Horizonte

Enquanto a Prefeitura de Belo Horizonte anunciava nesta terça-feira (31) a implantação integral do programa Posso Ajudar? Amigos da Saúde, um velho problema ainda afligia a população nos postos de saúde: a falta de médicos. Logo na entrada do Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Bairro Sagrada Família, Região Leste, um cartaz alertava para o atendimento restrito aos casos prioritários, considerados “agudos”, pois um médico estava de férias. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), o déficit atual é de 60 profissionais nos centros de saúde.
Com dores causadas por um ferimento inflamado, o motorista Elcler Goes de Oliveira, 26 anos, precisou sair da unidade de saúde do Sagrada Família e buscar ajuda médica em outro local, em uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa) do Bairro Esplanada, também na Região Leste. “É sempre assim, os médicos entram de férias e não há substitutos”, reclamou.
A aposentada Elza Seabra Pinto, 85 anos, que realizou recentemente uma cirurgia em um dos pés, sentia dores no local, pois os pontos estavam inflamados. Com dificuldades de locomoção, ela também não conseguiu atendimento. “Sinto muita dor e não consigo ficar em pé. Desde a última segunda-feira, tenho tentado agendar uma consulta, mas não há médicos”, reclamou a aposentada.
Ainda nesta terça-feira, no mesmo centro de saúde do Sagrada Família, uma publicitária de 51 anos, que preferiu não se identificar, reclamou do péssimo atendimento. Segundo ela, quando procurou ajuda médica, há cerca de um mês, foi encaminhada a fazer um exame de mamografia.
Porém, a demora foi tamanha que ela resolveu procurar um laboratório particular. A publicitária tentou agendar outro tipo de exame, uma ultrassonografia, mas de novo não conseguiu. “Nenhum atendente do posto soube explicar como proceder para marcar o exame, sem falar da falta de médicos no local, que é constante”, assinala a mulher.
Já no Centro da Saúde Campo Alegre, no Bairro Planalto, Região Norte, a reclamação é com o afastamento por motivos de saúde de uma médica, que nunca é substituída. Uma aposentada de 68 anos, que também pediu para não ser identificada, não consegue marcar consulta. “Uma empregada minha, que está com problemas nos seios, tenta há mais de quatro meses uma consulta, mas nada”, disse a aposentada.
O secretário de Saúde, Marcelo Teixeira, reconhece a falta de médicos e garante que a prefeitura trabalha para resolver o problema. Segundo ele, das 536 equipes de saúde da família, que contam atualmente com 1.300 médicos, em apenas 25 há carência de profissionais, ante 50 no ano passado. De acordo com Teixeira, o déficit de médicos era de cerca de 10% no ano passado. O índice, informa, caiu para 5,4% neste ano.
Programa conta com adesão de 725 jovens
O programa Posso Ajudar? Amigos da saúde está disponível nos 147 centros de saúde da capital, em oito unidades de pronto-atendimento (Upas) e seis unidades de referência secundária. Com o apoio voluntário de 725 estudantes da área da saúde, o programa tenta melhorar o acolhimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS-BH), além de proporcionar mudanças na organização dessas unidades, otimização do fluxo, melhorando a comunicação e reduzindo os conflitos.
Fernando Zuba - Repórter - 31/08/2010
Fonte:
www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/faltam-medicos-nos-postos-de-belo-horizonte-1.165963