Não vamos calar frente as injustiças e lutaremos até que tenhamos JUSTIÇA NESTA TERRA. A união e participação de todos é vital nesta luta.

sexta-feira, setembro 24, 2010

Médico agride pacientes no PS Central de Santo André


O Pronto-Atendimento Central de Santo André foi palco ontem da agressão de um médico a pacientes que aguardavam ajuda no local. Durante uma discussão, após empurrar uma mulher, o clínico teve de ser contido por funcionários para não trocar socos com outro homem dentro do próprio PA, que até então passava por um dia tranquilo.
No meio da tarde, o médico Sérgio Pereira foi ao saguão como de costume, para chamar os pacientes que passariam por sua sala na sequência. Irritada, uma senhora que aguardava o momento de passar pelo retorno de uma consulta questionou o médico sobre a demora para ser atendida novamente.
A indagação foi a senha para o início da tarde de fúria do médico. "Ele empurrou a mulher, disse que aquilo ali não era uma feira. Falou também que não ganhava por dois para ouvir reclamações e fazer atendimento ao mesmo tempo. A mulher desmaiou", afirmou Ricardo (preferiu omitir o sobrenome), que filmou com celular parte da confusão.
A partir daí, o descontrole foi geral. O auxiliar de logística Hamilton Tiago Torres, 25 anos, tomou as dores da mulher agredida e foi tirar satisfações com Pereira. Dos insultos verbais, a discussão quase terminou em agressão física, não fosse a intervenção de funcionários. "Perguntei se ele por acaso iria me bater, quando então deixou as fichas de lado e veio para cima", afirma.
O médico foi procurado pela reportagem no PA Central, mas não foi localizado para divulgar a sua versão da história. A coordenadora da unidade, Maria Aparecida Dix Chehab, falou sobre o assunto e lamentou o incidente, que considerou como um fato isolado. O secretário interino de Saúde, José Roberto Bustamante Prota, também se pronunciou sobre o caso.
A versão da Prefeitura é de que o médico teria sido desafiado pelo auxiliar de logística durante a discussão, o que deu início a toda a confusão. O entendimento é de que o clínico se sentiu ameaçado pelo rapaz, que partiu em auxílio à mulher.
A coordenadora do PA Central afirma que a unidade recebe de 700 a 1.000 pessoas diariamente. "É impossível agradar a todo mundo, embora a gente se esforce para fazer isso da melhor forma", disse Maria Aparecida.
O secretário interino também buscou minimizar o incidente, que considerou como "desinteligência". O PA Central teve o atendimento à população normalizado recentemente, depois de um período turbulento no início do ano, quando munícipes chegavam a ficar até seis horas esperando pela consulta. Ontem, a situação era de relativa tranquilidade durante a tarde.
Mesmo assim, Prota afirma que irá procurar a todos os cidadãos envolvidos com a história. "Proponho-me a fazer isso pessoalmente."
O fato é que a Prefeitura de Santo André determinou o afastamento do profissional do atendimento médico, até que seja concluída sindicância interna para apuração dos fatos.