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sexta-feira, outubro 22, 2010

Demora de hospital atrasa laudo do IML

A família do engenheiro aposentado José Maria Batista, de 84 anos, vai precisar esperar dois meses para ter acesso aos laudos que podem comprovar a suspeita de morte por erro médico no Hospital Vila da Serra, em Nova Lima. O prazo inicial era de um mês, contado a partir de 13 de junho (data do óbito), tanto para a liberação do laudo da necrópsia do Instituto Médico Legal (IML) quanto para a sindicância interna do hospital. Uma acompanhante do aposentado disse ter visto uma técnica em enfermagem confundir o procedimento e aplicar alimentação direto na veia do paciente, em vez de injetar na sonda.
Na quarta-feira, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que deve levar mais 20 dias para soltar o documento porque só em 7 deste mês eles receberam o material pedido à direção do Vila da Serra em 13 de junho. O hospital enviou prontuário do paciente, amostra da alimentação e da bula (detalhamento das substâncias componentes do alimento). No IML, informaram que o prazo médio para finalizar os laudos é de um mês, mas o caso é considerado melindroso porque envolve denúncia de erro no procedimento médico. Os representantes do hospital não quiseram falar no assunto, nem justificaram a demora, mas a assessoria de imprensa disse que ainda não há novo prazo para divulgação do resultado da sindicância.

A família está preocupada com a demora. “Estamos pensando se não há influência pessoal envolvida, porque a gente não consegue achar motivo para durar tanto tempo”, afirma o genro do aposentado, Wilson de Freitas. Eles contrataram um advogado e resolveram entrar com ação judicial, provavelmente do tipo cível por danos morais, assim que sair o laudo da necrópsia. “Sabemos que o outro lado negou o fato e, se tiver ocorrido um erro, negá-lo é praticamente assumir a intenção”, arrisca


Testemunhas


O delegado do segundo distrito policial de Nova Lima, Nilton de Fátima Miranda, também depende praticamente do laudo da necrópsia para dar continuidade ao processo. Todas as testemunhas do lado da família e do hospital foram ouvidas. “Não sabemos por que o laudo ainda não saiu, mas temos ligado para saber posição do IML.” Na quarta-feira, ele encaminhou para o Instituto de Criminalística um pedaço de mangueira que supostamente continha o alimento que teria sido injetado erradamente na veia do paciente. Ela só foi encaminhada nesta semana à polícia.

Segundo o genro do engenheiro aposentado ela foi entregue agora porque eles foram orientados a repassarem à polícia no momento do depoimento. “Um membro da família viu a mangueira, ensacou aquilo e guardou. Ela pode ser boa chave, mas sabemos que pode ser questionado o momento em que a alimentação foi introduzida.”

José Maria Batista ficou 10 dias internado no hospital Vila da Serra. Nota publicada pela direção médica na época da morte informava que o engenheiro aposentado apresentou parada cardíaca súbita e foi atendido prontamente, mas cinqüenta minutos depois houve parada cardiorrespiratória irreversível. Um quadro de derrame cerebral o levou ao local. O aposentado trabalhou como engenheiro da Cemig por 39 anos e se aposentou em 1993, depois de exercer as funções de chefe de departamento, responsável por obras de usinas e engenheiro assistente de diretoria.
Foto:Família acusa Hospital Vila da Serra de negligência no atendimento ao engenheiro José Maria
Data:Quinta-feira 17 de julho de 2008