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domingo, outubro 31, 2010

Evento debate mau atendimento na saúde de Ribeirão

Especialistas apontam que médicos e outros profissionais da rede de saúde de Ribeirão Preto atendem mal pacientes e que falta humanização no serviço hospitalar.

De acordo com o professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, Edson Garcia Soares, que será um dos palestrantes do 2º Fórum de Humanização de Ribeirão Preto, muitos médicos assumem vários empregos para complementar a renda, cedem a pressões dos convênios e fazem atendimentos de no máximo 15 minutos para atender à demanda.


"O médico não consegue fazer um atendimento bem feito. O ideal seria que ele não se deixasse render, mas se ele não aceitar, outro aceitará", diz.
Além de questões externas, o médico relaciona a questão da falta de humanização a uma deficiência na formação dos médicos. Segundo o patologista, os alunos de medicina se interessam cada vez menos pela relação entre médicos e pacientes, apesar de a faculdade tentar inserir a questão no currículo.


"Eles reclamam que querem aprender a parte técnica. Não sabem que a o médico lida com a emoção do paciente", diz.


Problema velho


O responsável pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) em Ribeirão, Isac Jorge Filho, concorda com o professor da USP.


"O problema não é novo, tanto que o Ministério da Saúde criou o programa de humanização do SUS em 2002", afirma.


De acordo com o médico, o atendimento na saúde vive um mau momento e a falta de estrutura e a alta demanda de pacientes contribui para a desumanização do processo. Porém, além dos estudantes, profissionais de saúde em geral precisam se humanizar. "Não é só o médico. No posto de saúde, as pessoas são maltratadas pelo porteiro, recepcionista...", diz.


A secretária-adjunta da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, Darlene Mestriner, afirma que a pasta insere na política de humanização os profissionais que vão começar a trabalhar na rede. "Desde o ano passado fazemos treinamentos com os funcionários novos e queremos melhorar o acolhimento", diz.


Foto:F.L.Piton- 21.ago.2010 / A Cidade