Não vamos calar frente as injustiças e lutaremos até que tenhamos JUSTIÇA NESTA TERRA. A união e participação de todos é vital nesta luta.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Faltam medicamentos em postos de saúde

Pacientes hipertensos são os mais prejudicados com a ausência de remédios para controle da pressão arterial
"Estou aqui desde as quatro horas da manhã com vontade de urinar e não consigo, pois os banheiros estão interditados. Aqui falta tudo, remédio, estrutura e respeito", desabafou a doméstica Maria de Lourdes Teixeira. A situação relatada é referente ao Centro de Saúde Paulo Marcelo, localizado na Rua 25 de Março, no Centro de Fortaleza. Mas a situação não se restringe a essa unidade. Outros centros de saúde da atenção primária na Capital sofrem com a falta de estrutura.
Próximo dali, no Centro de Especialidades Médicas José de Alencar (Cemja), além do captopril (medicamento para pressão arterial), há um mês, os pacientes não encontram omeprazol, indicado para gastrite e refluxo gastroesofágico. Conforme a coordenadora farmacêutica da unidade de saúde, Ana Maria Leite, e a própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a falta de alguns medicamentos está afetando toda a rede de saúde pública do Município.
A dona-de-casa Maria Lucileide Sampaio se deslocou do Centro de Saúde Floresta, no Álvaro Weyne, e foi até o Cemja, no Centro, em busca de medicamento para suas duas irmãs que sofrem de pressão alta. Segundo ela, o medicamento está faltando há mais de um mês. "Não temos condições de comprar esse remédio, por isso tenho de vir aqui no posto. Mas, como está faltando, minhas irmãs vão continuar passando mal. Não sei o que fazer", frisou.
No Centro de Saúde Paulo Marcelo, além da falta de medicamentos, pacientes disseram se sentir incomodados com o desconforto e a falta de infraestrutura. A situação é esta: banheiros quebrados e interditados; ausência de poltronas para os pacientes, que são obrigados a sentar em bancos de cimento; além disso, é preciso aguardar por atendimento num corredor apertado e quente.
Segundo funcionárias do posto de saúde que não quiseram se identificar, apesar do centro de saúde ser referência em vacinação na Capital, a situação é tão grave que, muitas vezes, não há sequer condições de funcionamento. Para a doméstica Waldemira Ribeiro, que mora na Praia de Iracema, o posto é a opção mais próxima para levar a sua filha. "Trago a menina porque é o jeito, mas, às vezes, nem pediatra tem", relatou.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, devido a um atraso no processo de licitação, alguns dos postos de saúde do Município estão sem estoque de certos medicamentos. Conforme a assessoria de imprensa, a SMS já está providenciando a reposição desses produtos, com a normalização do serviço prevista para um prazo de 15 dias.
Reforma
Conforme a chefe do Distrito de Saúde da Secretaria Executiva Regional (SER) II, Haidêe Diogo de Siqueira, a reforma do Centro de Saúde Paulo Marcelo está prevista para começar nesta semana.
Ela reconhece que algumas áreas do centro não estão adequadas aos padrões da vigilância sanitária, mas promete que tudo será modificado. "Estamos procurando um imóvel no Centro para transferir o atendimento da unidade, pois não será possível o funcionamento do posto durante a reforma".