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quarta-feira, dezembro 15, 2010

Mãe diz que garota foi atendida por "auxiliar de enfermagem distraída"

A mãe da criança que morreu após ser medicada com vaselina contou que a profissional que aplicou a substância em vez de soro em sua filha parecia ser uma auxiliar de enfermagem. Roseane Teixeira afirmou que a funcionária estava distraída no momento em que aplicava o produto. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (7), na casa da família, na zona norte de São Paulo.
Segundo Roseane, a auxiliar de enfermagem que teria aplicado a medicação em Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, estava com um jaleco diferente dos que eram usados pelos médicos, e conversava com outras enfermeiras enquanto trabalhava.
A mãe da vítima também contou que esteve, nesta segunda-feira (6), no 73° DP e viu fotos dos profissionais que trabalharam no último dia 6, quando a criança foi levada ao Hospital Municipal São Luiz Gonzaga. Entretanto, ela afirmou não ter reconhecido a auxiliar de enfermagem que atendeu a filha.
- Eu não a reconheci pelas fotos, mas poderia reconhecê-la em outra ocasião.
Bastante emocionada, Roseane disse que ainda que seus dias têm sido “tristes e dolorosos”.
- O mundo acabou para mim. Os dias são tristes e dolorosos. Minha ficha não caiu ainda.
Roseane afirmou que percebeu que foram aplicadas duas doses de soro com os medicamentos Dipirona e Dramin. Já o frasco da terceira dose, ainda segundo a mãe, era diferente dos dois primeiros. Ela ainda criticou o fato de nenhum médico ou enfermeiro ter dado informações enquanto Stephanie passava mal.
A mãe descreveu o momento em que Stephanie foi medicada com vaselina.
- Ela disse pra mim: “mãe, minha boca está adormecendo!”. Daí, minha filha começou a se debater e eu pedi socorro, porque ela parecia que estava morrendo.
Em nota, a direção da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, responsável pela administração do Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, informou que, antes das contratações, os funcionários da unidade passam "por processo seletivo e prático, treinamento admissional, processo de integração ao trabalho e depois, em exercício, por reciclagens no Setor de Educação Continuada".

Homicídio culposo


O delegado José Bernardo de Carvalho Pinto, que investiga a morte de Stefanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, que recebeu 50 ml de vaselina na veia, em vez de soro, no último sábado (4), trabalha com a hipótese de erro humano. O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio culposo (sem intenção), quando não há intenção de matar.
- Está claro que houve uma imperícia de algum funcionário. É uma equipe formada por mais de 20 pessoas. Por isso, temos que individualizar a conduta de cada um. Estamos apurando um homicídio culposo.
O delegado deve começar a ouvir a partir desta quarta-feira (8) as 28 pessoas que trabalhavam no plantão do hospital São Luiz Gonzaga no dia em que ocorreu o fato. As intimações foram entregues nesta terça-feira (7).
Foto:Mãe de Stephanie diz ter presenciado o momento em que filha passou mal após receber dose de vaselina na veia. / Julia Chequer/R7